Não sei se o amor realmente tem cura.
Nem sei se essa cura é necessária. Mas tem noites que eu clamo por ela...
Minha vida está tão sem graça,tão exausta. Muito trabalho. Muita correria .Entretanto, seja qual for a hora da noite, eu chego em casa. E me deparo com essas paredes, esses móveis e alguma música que coloco tocar. E é claro. Ela está ali, me olhando. Com seus olhos frios e penetrantes. Ela vê minha alma. Me fere sem me tocar. Eis a solidão.
Em alguns segundos eu me acostumo com ela. E até a aprecio. Mas isso dura pouco. E logo a casca de controle cai. Deparo-me com a realidade. Não suporto solidão. Não sei lidar com a falta do ser amado. A falta da voz. Do jeito de me chamar. Do cheiro que deixa por onde passa. Do calor que encontro quando o abraço.Por outro lado fere-me sua frieza e sua distância. Seus valores distorcidos...Eis o mistério que eu sou. Totalmente fiel ao que sinto, mesmo que o que eu sinta, possa um dia matar-me.
Irritou-me quando alguém me chamou de poço de gelo. Pelo que vivo diariamente, serei eu um poço de gelo? Claro que não. Mas às vezes eu queria ser. Afinal pessoas que são gelo não sentem tanto amor. Não choram nas noites. Não perdem o sono.
Pessoas gelo simplesmente são frias, calculistas e egoistas. Todavia meus mistérios somente existem porque sou frágil. E por isso é tão difícil confiar em alguém. Não conto minhas dores. Não abro meu coração.Tenho um coração tão frágil e ferido, que ele mal consegue manter-me viva.
Sendo assim a auto proteção me faz miteriosa.Uma mulher misteriosa.Ás vezes com todas as resposta para todos os problemas.A verdade é que não tenho respostas. Nunca as tive. E quando encontrei algumas, as perguntas ficaram ainda mais complexas.
Não sei tudo. E sei que não sou nada. A não ser uma mulher complicada e nada perfeita. Um enigma que eu ainda não decifrei. E talvez nem deva...
0 Comments:
Post a Comment